O meu carro é brutal. Pequenino que cabe em qualquer lugar. Azul para se notar no meio de tantos brancos pretos cinzentos. Nervosinho que basta carregar no acelerador e ele vruummm por ai fora. Não leva muito no porta bagagens, mas quando nos sentamos no banco da frente parece nos que há espaço que nunca mais acaba. Já me levou a passear. Agora leva me todos os dias ao trabalho. Treme quando passa dos 100, mas chega aos 60 rápido e depressa, mesmo como eu gosto.
Nele já ouvi as melhores frases. Dei boleia uma vez a uma vizinha que me disse que eu estava mais gordinha, como se isso fosse a melhor coisa do mundo. Anda uma pessoa a fazer dieta para depois ouvir uma destas com tal entusiasmo...
Por outra vez um outro vizinho disse: " Opah a tua carroça é espaçosa!!!" juro que esta matou me. Devia ter dito que o burro ia no lugar do pendura, mas não quis ser mal educada.
Estou arrependida até hoje.
Também foi no meu Ratatoui o primeiro beijo com o xuxu. Estava a mostrar lhe que não tenho porta-luvas e ele tufas!! Toma lá beijoca! (super romântico hein?)
Chamei lhe Ratatoui? Pois é esqueci me dessa parte. O meu veículo tem vários nomes. Ratatoui foi o primeiro. Caguinhcha chama lhe a colega de trabalho. Charuto, foi o que lhe chamou o xuxu na primeira vez que me viu (êêê, mas tu teins um charuto destes?? <- ler com sotaque alentejano). Bolinhas, diz a mãe quando pretende falar do dela e se engana.
Não tem porta luvas, mas assim não tenho a tentação de deixar lá coisas de valor.
Também não trazia antena. A que tem foi "gentilmente cedida" pelo dono daquele carro velho que estava ali abandonado.
E tem um maravilhoso leitor de cassetes. Sim. Isto ainda existe. Melhor, eu tenho cassetes para lá ouvir.
No fim de contas, só é pena ele não beber água, porque de resto, é a minha cara. Uma relíquia.
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