sexta-feira, 27 de março de 2015

Um post sobre auto-estima

Durante anos fui a namorada que queria controlar tudo, mas não controlava nada.
Fui a namorada que achava que uma flor no dia dos namorados valia mais que um ano repleto de alegrias.
Fui a namorada que desistia de estar/ter os seus amigos porque os amigos do namorado eram o mais importante. As saídas com os amigos do namorado eram o mais importante.
Fui a namorada que se iludia com conversas em vez de actos, que perdoava a traição porque o namorado dizia que ela nunca tinha acontecido.
Fui a namorada de vários namorados diferentes.
Fui a namorada que procurava nos namorados aquilo que a faria feliz.
Fui a namorada sem auto-estima que pensava que podia brilhar vestida com uma saca de serrapilheira se o namorado estivesse vestido de smoking.
Fui a namorada que queria sempre saber de tudo o que se passava. Todos os peidinhos, todas as trincas na sandes do almoço, todas as conversas, todos os passos. Como se o controlo de tudo isso evitasse o que sempre aconteceu.
Fui a namorada que se achava perfeita e se iludia de histórias que criava na sua cabeça.
Fui a namorada que se tornou dependente do namorado para ser feliz.

Só que isso é tudo uma grande merda. E quando a tua felicidade fica dependente de alguém, e esse alguém só te quer para mostrar aos amigos como é fixe ter uma namorada, e como ele é bom a oferecer prendinhas-surpresa no dia dos namorados, a tua vida fica ainda mais medíocre.
A merda maior é quando de repente ficas sem chão.

É quando reconheces que não sabes o que és. Porque tu eras ele.
É quando percebes que não sabes o que te faz feliz. Sabes o que o faz feliz a ele...
É quando entendes que estás na merda. No fundo do posso. À beira de uma depressão ou uma porcaria qualquer desse género.

Depois começas a relaxar... E começas a entender que não podes controlar o universo
Quem vai trair, arranja sempre uma maneira. Não importa se vês o perfil de Facebook ou do Hi5 a toda a hora. Não importa se controlas as sms do telemovel. Não importam as tuas cenas de ciúmes. Para eles tu vais ser sempre a parvinha que não vê o boi com cornos na frente do espelho.

Começas a perceber que tu és mais importante. Que és girinha. Que gostas de maquilhagem e que o risco preto no olho te faz sentir poderosa.
Começas a pensar: macacos te mordam, se tu não serás capaz de te governar a ti própria. Não andaste a estudar? Não tiraste o teu curso? Não tens dois bracinhos e duas perninhas?

ENTÃO FAZ TE A VIDA.

Faz por ti. Se não fores tu ninguém vai fazer.
Reergue-te.

Torna te interessante.
Só vais atrair para ti aquilo que te reflete.
Se fores má para ti, vais atrair coisas/pessoas más para a tua vida.

Se gostares de ti, pura e simplesmente não vais aceitar ninguém na tua vida que não goste de ti, não te acrescente ou não te faça ser melhor.
A auto-estima é poderosa. Torna-nos mais fortes e faz nos separar o trigo do joio. Faz-nos ser capazes de elevar os nossos padrões. Começamos a ver com mais claridade quem nos quer bem e quem só está ali porque fica bem na fotografia.

Depois disto é confiar na vida...
Coisas boas vão acontecer com quem se quer bem...

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